Sozinho
Uma imensurável dor cresce no meu peito
Grande como o escuro do meu quarto
Em que fantasmas me engolem no afago
E me destruo sozinho em impagável deleito
É com imenso desprazer que vivo na solidão
Com uma cova no meu limbo
O nada como meu amigo
Que em segundos vai do abismo ao chão
E também é crescente o vazio ao meu redor
E os sinos que longe batem
E o medo de que mais se afastem
E o vácuo vá se tornando cada vez pior
O silêncio toma conta do meu mundo
Insano marginal de asas cortadas
Que rasteja no chão sobre suas próprias aparas
Se afoga na treva e teu sono profundo
E tudo é deixado para trás
Inclusive a velha paz
Que um dia habitou meu mundo
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